terça-feira, 11 de maio de 2010

[conto do oposto] A magia da mulher

Fascínio, deslumbramento, encantamento...
Sensações que confundem nossa razão e nos envolvem de maneira tal, que nos vemos completamente indefesos diante de tanta beleza e sensualidade dadas pela natureza.
Eu a conheci em um curso, desses temporários que fazemos por hobbie, também era de fora.

A principio nos identificamos por essa questão, novatas em uma cidade que mal
conhecíamos, sem muitos amigos...

Passamos a conversar mais e fazer alguns programas juntas.
Aos poucos fomos percebendo diversas afinidades. Tínhamos até o mesmo estilo de se vestir...
Gostávamos de roupas bem leves e soltas - combinava mais com o clima tropical.

Um dia me convidou para ir a sua casa. Morava com o namorado, e este passava o dia fora no trabalho.
Ela queria me mostrar uns livros, uns artesanatos que fazia...

Era um tanto misteriosa, tinha vezes que não me sentia muito à vontade. Ela tinha opiniões bem ousadas a respeito de muitas coisas e quando começava a contar suas experiências e histórias de vida, eu sempre me impressionava. Eram tão diferentes das minhas... Coisas tão malucas que ela já tinha feito, mas interessantíssimas e até excitantes... Não me cansava de ouvir.
Sempre a achei linda, tinha um jeito muito particular. Ela exalava charme e sensualidade desde a maneira de andar, falar, se sentar, até quando sorria, quando arrumava o
cabelo.
Eu a admirava como mulher, ficava encantada com sua beleza.

Fui à seu apartamento numa tarde de sol. Estava muito quente. Ela desceu pra abrir o portão pra mim.
Estava com um vestidinho florido azul bem soltinho...
Ao subir ela reclamara do calor que estava passando, principalmente porque estava sem ventilador em casa.
Seu apartamento era pequeno, com um quarto apenas, cheio de livros, papeis e tranqueiras por todos os cantos.
Não tinha sofá, nem televisão.
A decoração consistia em alguns tecidos pendurados nas paredes e no chão, com
algumas almofadas coloridas. Havia esculturas penduradas pelo teto e espalhadas pelo chão.
O namorado e ela dormiam em um colchão no chão. Tudo bem alternativo!

Ela havia preparado algo especial pra gente fumar enquanto me esperava.
Estava realmente quente...

Conversávamos sobre os mais variados assuntos, até que ela me perguntou se eu me importava dela ficar a vontade, como costumava ficar em casa quando estava só.
Eu não apresentei nenhuma queixa e ela então tirou seu vestido e ficou lá, só de calcinha na minha frente.

Eu não imaginava que era assim que ela ficava... e ela agia tão naturalmente!
Como era bela!

Seus cabelos longos se esparramaram em suas curvas quando ela se deitou de lado.
Fiquei um pouco envergonhada, tinha vontade de ficar olhando para o seu corpo o tempo todo.
Mas tentava manter meu olhar em seus olhos enquanto ela continuava me contando alguma de suas histórias.
Aqueles olhos... sempre apreciei. Eram tão azuis...
Eu estava encantada, me sentia como um crítico de arte ao apreciar a mais fantástica obra já vista.
Sua pele era tão viva... um leve bronzeado dourado de praia, com a marquinha do biquíni bem desenhada... A textura parecia ser lisa, macia e aveludada.

De vez em quando eu conseguia disfarçar e desviar o olhar do seu rosto para algum detalhe ainda não observado de seu corpo...
Suas pernas eram bem definidas, brilhavam de tão sedosas... Que vontade estava dando de tocá-las!
Sua cintura bem marcada entre seus seios e quadris. Aqueles dois... pareciam ter sido moldados com todo o cuidado, pareciam tão durinhos... E aquela barriguinha bem delineada... Nossa...

Com o efeito da erva eu já estava um pouco alucinada... e aquelas sensações estranhas estavam ficando cada vez mais claras e mais irreprimíveis...
Ela percebeu em certo instante que eu já não prestava mais atenção ao que ela dizia... notou obviamente que eu a olhava... inteira.
Me perguntou se eu não estava com calor também, se não queria me despir.
Nesse momento eu voltei à realidade e fiquei sem resposta. Eu sempre fui meio
envergonhada, e não costumava ficar sem roupa na frente de ninguém, apenas quando estava só.
Ela insistiu. Se aproximou. Sorriu e perguntou se eu estava me sentindo bem.
Insistiu novamente e dessa vez já baixou uma alça da minha blusa.
Concordei, pois realmente estava quente.
Tirei a saia e a blusa e fiquei de calcinha e sutiã. Talvez assim ela também se sentisse mais a vontade - pensei.
Disfarcei a cena toda puxando um outro assunto aleatório, mas dessa vez foi ela quem ficou sem responder. Propositalmente ela me olhava... de cima a baixo.
Me pediu pra tirar o sutiã, alegando que também queria me ver.
Era justo. Depois de tanto que a sequei, ela merecia para ficarmos quites.
Tirei.
Ela continuava me olhando, com um cínico riso no rosto... Alguns segundos se passaram.

Derrepente me chamou pra ir à cozinha ajudá-la a preparar algo para comermos.
A tensão passou subitamente e relaxei com um suspiro.
A observei andar até a cozinha. Como era linda! Aquele jeito de andar... aqueles ca
belos pretos na altura da cintura...
E o bumbum... tão perfeitinho...

Eu realmente não conseguia entender porque a admirava tanto! Nunca fiquei tão enfeitiçada desse jeito por um homem...
Não sabia mais de que forma eu desejava aquilo - Se era como se eu quisesse ser como ela, ter a beleza e a sensualidade dela, ser tão perfeita quanto ela... ou se a queria pra mim.
Era um misto de desejos... Percebi que era a mulher mais bonita que eu já tinha conhecido.
Será que eu estava com inveja dela? Não conseguia entender.

Em meio a esses pensamentos soltos e loucos que voavam na minha cabeça, já na
cozinha ela tentava falar comigo e ria de mim, dizendo que eu estava esquisita.
Eu ria junto... era o efeito que estava em nossas mentes. Tudo parecendo muito natural e divertido.
Ela estava preparando um brigadeiro. Eu estava mesmo com fome!
Então, me olhando novamente, ela comentou que me achava muito bonita. Que eu tinha um corpo perfeito... Quase caí pra trás – será que a sensação era recíproca?
Fiquei encabulada e não consegui dizer o que queria pra ela...
Ela se aproximou, olhando nos meus olhos... e com sua boca bem pertinho da minha, ela sussurrou: - Você é tão linda que eu seria capaz
de lhe dar um beijo!
Me mantive ali e não relutei.
Nos beijamos.

Um toque macio de lábios quentes e levemente molhados. Que sensação!!!!
Que boca delirante... Tão doce, tão sensual...
Delicadamente nos afastamos, sem desviar os olhos do olhar uma da outra...
O brigadeiro já estava esfriando... pegamos e voltamos para as almofadas do chão.
Comecei a rir. Estava tudo muito confuso! Mas estava muito bom também... Realmente bom!


Aquela adrenalina de não saber o que pode
acontecer... E ela, deitada em meio àquelas cores vibrantes, começou a brincar comigo.
Disse que se eu quisesse brigadeiro tinha que pegar da boca dela...
Simplesmente me debrucei sobre ela...
Seios entre seios... entrelace de pernas lisas e mornas...
Fascinante! Sensação única...
Nos beijamos mais...
Nos tocamos levemente... Tínhamos curiosidade de sentir a suavidade da pele que tanto admirávamos...
Brincamos com o brigadeiro em meio a risadas, mãos, beijos, bocas, seios, lambidas...

Logo seu namorado iria chegar.
Vestimos-nos.
Fumamos mais um... Ríamos de toda a situação... Mas o desejo permanecia.
Aquele beijo tinha gosto de “quero mais”!
Fui pra casa.

No outro dia no curso, só conseguimos sorrir ao olhar uma pra outra.
Mas era o riso de um segredo gostoso compartilhado.
E ela então cochichou em meu ouvido: - Quando vamos dar outra festinha lá em casa?
Minha vontade realmente não estava suprida... Continuava me inspirando aquela beleza única.
Não tinha idéia de onde isso ia dar, mas sem dúvida aquele ser sedutor me acendia. Me deixava vislumbrada e cheia de vontade de encarar o desconhecido e o inesperado...

Deparei-me com a magia do poder feminino, que nos deixa assim, totalmente entregues.


Por Artemísia

3 comentários:

  1. Mandrágora
    Delicado e envolvente...


    Parabéns Artemísia

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  2. Gostei dona Artemis. =}

    Bem envolvente, bem você.. =]

    Beijos

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  3. Minina!Gostei demais...uma coisa "to experimentando"! Gostei da delicadeza, creio que o único sem sexo avassalador!!

    Papoula...

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