domingo, 11 de abril de 2010

Sentindo o Primeiro Sexo


Ele era de leão, sou do elemento terra, veio como um rio passageiro reproduzindo bem aos legados de Heraclito, grande filosofo que contribuiu bastante para a moral dessa historia. Foi em um dia qualquer véspera de uma temida prova tão esperada, numa cidade meio que desconhecida, tinha ido uma ou duas vezes a passeio, em meio de árvores e pessoas ele me aparece como um desconhecido, também turista no local, porém já presente em minha vida.

Estranho, pois tinha sonhado algumas vezes com ele como se tivéssemos tido algo e não pudéssemos estar juntos enfim ao nos encontramos nesta cidade tão nova e não receptiva nos vimos como se fossemos intimamente ligados, porém a única ligação que tínhamos era meu atual (na época) namorado que era seu amigo, mas vale salientar que esse meu namorado tinha outra proposta de relacionamento, era aberto!

Esta historia é bastante retorcida envolve no caso três pessoas, não tinha tido relações ainda com meu suposto “namorado”, e ao encontrar este colega tão desconhecido algo mudou, ele estava num hotel eu estava hospedada num condomínio, ele me veio com uma conversa estranha que tinha me ligado, mas não tinha meu telefone (????) Me chamou para o hotel em que estava, fui para o condomínio peguei algumas coisas, mas sem pensar muito me preparei para o esperado, vesti uma boa lingerie, exaltei meu perfume e fui. Ao chegar ele me esperava, pediu o jantar, e ficamos assistindo TV, era uma noite de domingo monótona, ele tinha comprado algumas cervejas, e tomamos umas duas apenas.

O assunto acabou encostei-me a seu corpo, esperei. Senti seu fôlego de leão avançar sobre meu corpo que temia mas não hesitava me devorou com um beijo que jamais senti, tão alvoroçado, parecia um animal, tinha instinto de animal, estava gostando da idéia foi interessante tamanha euforia, ele começou a tirar minha roupa e devorar meu corpo com suas mãos e seus lábios em um só movimento em um só tempo, rápido como um predador apunhalando sua presa, me senti fraca sem estimulo para reagir e me entreguei de corpo deixando apenas que sua alma penetrasse.

Suor, movimentos bruscos beijos ensaiáveis, cabelos se embaraçando, tínhamos bastante,
seu corpo no meu corpo num movimento sem fim ofegantes sem olhares sem palavras sem gestos comuns sem descanso com dores, sem dó sem uma alma. Com calma, sem esforço, com apreço, acalentando o corpo num gesto sutil aos poucos nos despregamos, sem pureza, mas com gentileza, sem prazer, mas com paixão.

No dia seguinte sem muitas palavras me mudei para casa de um amigo desde então não nos falamos mais, após alguns dias apenas recebi um email com a frase: “eu te amo” e respondi com o pensamento “eu não”.

A terceira pessoa mencionada acima, considero que este sim, este me fez subir pelas paredes este foi o primeiro, agora sei que você leitor não está entendendo, mas este era um homem, o equilíbrio, meio terra meio ar, invadiu meu corpo como se fosse dono, bem antes desse encontro hostil, e conto-lhes que este sim foi quem me tirou dos meus sonhos infantis, é como se um fosse apenas o rio que passou retirou algo de mim mas não deixou o outro não passou entrou no legado de Parmenides, e nada nos modificou, apesar de não ter introgetado seu sexo querendo possuir esta honra, foi o primeiro a tocar minha alma e não era meu namorado, era meu ser, meu outro lado do ser, numa noite bem antes desse encontro mencionado acima, este me visitara em casa para assistirmos um filme deitados na sala em um colchão no chão enquanto alguém dormia no sofá bem acima de nossos olhos, a um clima de pouca luz o filme já não fazia mas sentido, e nossos corações pulsavam, anunciando a chegada do proibido, nossas mãos suavam tentando uma maneira de se tocar sem que ninguém as visse, por baixo de uma coberta, nossos corpos se tocaram e suas mãos analisaram meu corpo por completo como se tivesse olhos em cada ponta dos dedos, me olhou profundamente, foi a primeira vez, a inesquecível, já não nos importávamos com nada e sem gestos bruscos, sem sons, sem atos animalescos, sem intenção de provocar, perdemos nossas mãos por baixo das cobertas, e as vezes elas se encontravam como uma dança sem sincronia e no auge de cada respiração ofegante trazíamos o medo dos olhares de cima.

Tentamos nos acalmar com gestos mais simples, e assim duraram horas foi a primeira vez que senti as mãos provocarem meus seios, os lábios se contorciam diante deles e eles apenas faziam um gesto de liberdade querendo saltar de emoção(rsrsr).
Assim, os olhares seguiram outro caminho me fazendo delirar, o primeiro sexo, sem nenhuma penetração, meu corpo tremia inexplicavelmente, deixando transpassar o suor a felicidade daquele sentimento jamais tido misturado com o medo da situação ao mesmo tempo assegurado pela alma que ali tocava e, ai sim, liberei minha alma e a entreguei junto ao corpo, tremia sem parar como se estivesse sentindo uma força interior que vinha ao encontro do externo, vinha derrubando todos meus órgãos sem se preocupar com minhas sutilezas e como um rio desaguando num mar uma explosão que pôs o fim dessa euforia assombrosa e tão deslumbrante foi como um sexo lésbico considero este a minha primeira vez e ficou marcada em meus arbustos como quem se apaixona e escreve seu nome num tronco de uma árvore ferindo-a para sempre, mas cresci com este fato cravado em meu pequeno tronco e é dele que libero minha essência para minhas folhas porque nele esta gravado todo sentimento de uma primeira vez, a sensação inexplicável de como é sentir o primeiro orgasmo no primeiro ato sexual. Assim me torno afrodisíaca, por exalar em minha essência o cheiro do amor.

Por Patchouli

4 comentários:

  1. Profundo e instigante.... quase sem fôlego.

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  2. Impressionantemente cativante! =]

    Bem a sua essência!

    Beijos

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  3. Papoula Vermelha...
    Minina...ela se jogou toda no que é perder a virgindade!ave maria!!!proveitou em mulher, do carnal à alma!!!safadinha!!kkkk

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  4. Impressionante.
    Amei o texto.
    É assim que se faz!

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