quarta-feira, 7 de abril de 2010

Prima Notte






O cenário foi um quarto de um hotel, bombons de chocolate sobre a cama, um telefone inesperado, um convite onde o “não” era proibido como resposta, o apoio das amigas, e tudo deveria ocorrer como um lindo sonho, mas... se fosse sonho eu estaria dormindo e eu queria estar muito bem acordada!
Não, eu não dormi, nem ele, aliás, só quero descrever e dizer que tudo foi perfeito, só faltou uma coisa, esqueceram de me avisar que metade do que te falam sobre a primeira vez pode ser puro Devaneio.
Por volta da minha décima nona primavera eu estava em um momento de conquistas na vida, acabara de passar no vestibular e estava namorando há uns meses com alguém que me passava confiança e muita paixão. Não obstante, não tardaram a aparecer aqueles calores que todo início de namoro apresenta, onde o beijo é devorador e aquela bendita língua dele passando no seu pescoço é sinal de que absolutamente nada está sob controle.
Não demorou e o assunto “sexo” veio à tona, afinal o moçoilo tinha sangue e não groselha correndo nas veias, nem eu inclusive! Óbvio que já havíamos nos tocado diversas vezes e os amassos estavam sendo os mais apertados e a excitação estava nas alturas.
Comecei a me questionar se era o momento adequado para a primeira vez (tá gente, eu tinha noção que tinha 19 anos e que já havia passado da média das demais ladies) e me pus a devanear sobre o mesmo. Muita coisa se passou nessa caixola, afinal minha mãe nunca conversara comigo antes sobre o assunto, embora não fosse informação que precisasse então apoio já supus que não existiria dentro de casa.
Conversei com amigas, pesquisei academicamente sobre o mesmo, refleti e dialoguei com o moçoilo explicando para o mesmo que a moça aqui era virgem (lembro que os olhinhos dele brilharam) e que o local seria um problema.
Depois de algumas tentativas frustradas, pois os horários não se conciliavam e outras partes fisiológicas mensalmente se manifestam, o grande dia chegou.
Pela manhã, voltando para casa da faculdade, com as amigas no ônibus, meu telefone toca. Era o bendito ao telefone e suas palavras foram:
- Estou aqui em um hotel, apartamento tal;
- Reserve sua tarde para ficar comigo;
- Não aceito um não como resposta!
Nossa eu lembro que demorou uns segundos para compreender o conteúdo do telefone, minha amiga que estava ao meu lado pensou que alguém tivesse morrido e que eu estava em choque, rsrs.
Com o apoio das amigas fui ao hotel, não tenho um mínimo de flash de memória de como foi a trajetória até o local, só lembro que estava muito nervosa.
Cheguei ao local e telefonei para o moçoilo, peguei o elevador até a suíte do hotel e bati na porta. Ele abriu a porta, a primeira coisa que vi foi a cama, que estava cheia de chocolates, em uma mesinha havia refrigerantes, cervejas e para comer? ...Mandrágora!
Dirigi-me a primeira latinha de cerveja mais próxima à mão e, infelizmente, embora a tenha tomado de uma vez só nenhum efeito foi percebido.
Tava muito nervosa, mas por sorte ele tinha a experiência necessária para a ocasião e tudo começou de uma forma bem natural. Nos beijamos, ele foi bastante delicado me tocando a pele, nuca, costas... Sutilmente ele tirou minha blusa, beijou meus seios e quando vi já estava nua na cama. Ele também tirou a roupa, explicitamente foi a primeira vez que vi um pênis, não me surpreendi de forma alguma, ele continuou me beijando e me penetrou.
Não conseguia relaxar então tudo teve uma conotação muito científica e descritiva, senti um incomodo tremendo e literalmente foi necessário “forçar a barra”.
O beijo não pegava a língua não surtia efeito e não tinha mão que me envolvesse. Senti um desconforto e um pouco de dor, mas uma frase que me lembro bem foi olhando para ele e reclamando do incomodo, ele sorriu e disse: Se serve de consolo tá doendo em mim também. Nossa, parei pra pensar que aquele momento não era só meu, que havia uma união ali, duas pessoas se doando por uma causa (e que causa!).
A partir disso me envolvi e entrei no clima, foi bom e da forma como deveria ser, me senti protegida, amada, cuidada e embora o momento fosse meu tive um grande colaborador que trabalhou para que tudo saísse da melhor forma possível.
A parte que me frustrou é que assim como muitas meninas, esse momento é visto como algo mágico, esplendoroso e sinceramente não foi. Defino minha primeira vez como um momento necessário, mútuo, satisfatório e dentro das expectativas. Tá eu sei, existem piores, como também sei que existem melhores. Mas nem sempre nossa primeira transa é o momento que nos toca, que nos marca.
A primeira vez que fiz amor não foi a primeira vez que transei, assim como acredito que nem tudo nas nossas vidas seguem uma linearidade como dito nas lindas histórias de amor dos contos de fadas.
Hoje nem vejo mais meu primeiro colaborador e sinceramente não faz falta. Encontrei outros que colaboraram de uma forma muito mais amável, significativa e envolvente, tá e prazerosa!

Por Mandrágora.

4 comentários:

  1. ADORO!! :)

    Você é uma diva!
    Beijos,

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  2. Descrição exata de uma sensação onde o especial passa longe, e o que há de melhor ainda estar por vir!

    =)

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  3. O cenário era perfeito... mas de fato, o melhor ainda estaria por vir!

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  4. Ele deveria ter feito um sexo oral bem gostoso e sem pressa, pra te relaxar melhor.

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